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Um encontro a não esquecer…

 

14 de Maio de 2016

 

É uma casa sossegada, a meio caminho entre Caldas da Rainha e São Martinho do Porto. Neste mesmo Centro, o «Canto da Rola», já houve encontros relacionando a fé cristã com áreas vocacionais como psicologia, medicina e política. Agora, é a vez dos escritores evangélicos.

 

Os contactos com alguns escritores foram feitos pelos responsáveis do Centro, Alan e Celeste Pallister, e pelos responsáveis da conhecida revista «A Mulher Criativa», Abel e Bertina Tomé. À partida, a noção de que escrever podia ser uma maneira de o crente em Jesus pastorear, ensinar e aconselhar outros.

 

Mas existe ao mesmo tempo a noção generalizada de que ninguém hoje tem tempo para ler livros, às vezes nem sequer artigos. Pensamos que é o discurso directo – no púlpito da igreja, na sala de aulas ou na privacidade de um consultório – que realmente produz impacte. Ou, pelo menos, é assim que o escritor, que pode ser de temperamento um tanto introspectivo, tende a sentir. E assim acaba por desvalorizar uma capacidade que Deus lhe concedeu.

 

Ao longo do dia, ouvimos testemunhos suficientes para concluirmos que a palavra escrita tem imensa capacidade de atingir os outros. Só que atinge de uma forma muitas vezes imprevisível. Certamente não é por resultados mensuráveis que são coroados os esforços do escritor evangélico. Mas isto também pode ser uma vantagem: assim, tem poucos motivos para se gloriar naquilo que produz, deixando o resultado do esforço com o mesmo Senhor que lhe confiou as suas capacidades.

 

E, normalmente, quem escreve em língua portuguesa gasta o seu próprio dinheiro para que a sua obra seja divulgada. Não recebe qualquer ganho a nível financeiro!

 

O encontro aborda primeiro:

 

  1. o tema de O Escritor como Pastor, com o Pastor Michel Cruz testemunhando da sua rica experiência de liderança na igreja, a importância da complementaridade da palavra pregada e escrita.

  2. O Escritor como Mestre. Da sua experiência, incomum entre nós, de especialista em línguas clássicas, o Pr. Manuel Alexandre Júnior partilha, em termos compreensíveis para todos, a sua paixão pela formação integral do carácter mediante o ensino – paixão esta que existiu na tradição retórica grega.

  3. O Escritor como Conselheiro. A Irmã Bertina Tomé demonstra a capacidade de a palavra escrita, transmitida de forma breve e relevante «para que a possa ler o que correndo passa» (Habacuque 2:2), atingir objectivos a nível de aconselhamento que as consultas profissionais por si só estão muito longe de conseguir atingir.

 

Ao longo do dia sente-se a necessidade de continuar com aquilo que estamos a fazer. De os escritores cristãos comunicarem uns com os outros. De ninguém sentir a necessidade de competir com outros. De dar o mesmo valor a um testemunho de fé simples a uma abordagem teológica mais sofisticada. De transmitir aos outros, sem complexos, algo da riqueza única que o Senhor concedeu a cada um dos Seus filhos.

 

Achamos importante que o autor que professa a fé evangélica, mas que escreve sobre temas que não se relacionam directamente com a Bíblia ou o testemunho cristão, se sinta parte também deste projecto. Este escritor também fará tudo o que faz para a glória daquele que é o Senhor de todo o universo.

 

Achamos importante que o leitor que pode ter outras convicções religiosas ou nenhumas encontre um espaço onde possa colocar as suas questões.

 

Surge a ideia deste blogue, que conta com a colaboração dos Irmãos Jorge Pinheiro e o seu genro, Pedro Mira. Surge a ideia de organizarmos mais encontros – em lugares com capacidade para recebermos mais participantes – começando provavelmente em Lisboa e na área do Porto. Para esta parte do projecto contamos com a colaboração do Ir. Jorge Pinheiro e do Pr. Luís Alexandre Branco.

 

Torna-se óbvio que o número de escritores evangélicos com livros publicados em Portugal é bastante superior ao que pensávamos. Haverá 40 a 50? Com o tempo iremos saber melhor. E há também quem escreva bem e regularmente a nível de artigos em revistas.

 

Obviamente o futuro deste projecto dependerá muito dos que lerem aquilo que é publicado e dos que escreverem. Acreditamos que o Senhor irá dirigir tudo e que o Seu Reino entre nós – nas terras de língua portuguesa – poderá crescer e ser fortalecido mediante o uso mais concertado de capacidades que Ele próprio nos deu.

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