A sociedade em que vivemos caracteriza-se pela competição desenfreada e individualista pela fama e poder, bem como pelo apego doentio aos bens materiais, na tentativa ilusória de obtenção da felicidade. Assiste-se, ao mesmo tempo, a uma queda vertiginosa dos valores morais, em todas as camadas da sociedade. Não é, por isso, surpreendente que a maior parte das pessoas não tenha um objectivo concreto na vida, que satisfaça os seus anseios mais profundos. Isso explica, em grande medida, a enorme prevalência do stress, depressão e angústia existencial, assim como dos chamados “males sociais”, como o alcoolismo, toxicodependência, sexualidade pervertida e comportamentos violentos. E, acima de tudo, o sentimento de um vazio incomensurável.
São na verdade muitos os que, ao alcançarem a realização dos seus sonhos - a popularidade, o êxito profissional, a prosperidade material ou a harmonia familiar - descobrem que, afinal, não encontraram a felicidade e a paz interior que procuravam. Carl Jung, o célebre psiquiatra suíço, afirmava nos anos cinquenta: “a neurose central do nosso tempo é o vazio”. E as suas palavras permanecem atuais.
Este sentimento de vácuo espiritual, de inquietação existencial, é a consequência natural de uma vida de costas voltadas para Deus. A paz interior não pode ser obtida através de nenhum remédio “miraculoso” ou de qualquer tratamento médico inovador ou através das chamadas “medicinas alternativas” mas somente por meio de uma fé pessoal em Jesus Cristo. O evangelista norte-americano Billy Graham, referindo-se ao seu país, um dos mais desenvolvidos do mundo, afirma: “é esta a nossa posição atual: uma nação constituída por gente vazia. Procuramos encher-nos de ciência e instrução, de melhor vida e mais prazer, e de muitas outras coisas de que julgávamos precisar, mas continuamos vazios. E porquê? Porque o Criador nos criou para Si e jamais nos sentiremos completos e satisfeitos, longe da comunhão com Ele”. O ser humano, criado por Deus, só pode encontrar satisfação plena no seu Criador, tal como expressou Pascal de modo brilhante, ao referir que “há um vazio no coração do homem que tem a forma de Deus”.
No Evangelho de João, Jesus revela que o motivo do Seu nascimento entre os homens foi conceder uma vida abundante, com significado e esperança, a todos os que O recebem como Salvador. O Cristianismo não é, na verdade, uma mera religião ou mais uma das múltiplas tradições religiosas que competem entre si nas sociedades seculares do Ocidente, mas sim um relacionamento pessoal de amor com o Deus Vivo, através de Cristo ressuscitado.
Somente em Jesus poderemos encontrar a paz e a vida plena que Deus nos quer dar, obtendo libertação de sentimentos de culpa, solidão, baixa auto-estima e restauração da esperança e alegria de viver. Na verdade, só seremos pessoas completas, e experimentaremos a realidade de uma paz interior que ultrapassa todo o entendimento humano, se conhecermos o Deus Vivo revelado na Bíblia e O servirmos com honestidade e sem os espartilhos de uma religiosidade popular e mundana.
Quando nos entregamos a Deus e vivemos de acordo com a Sua vontade, a experiência humana torna-se uma aventura empolgante. É esta a mensagem admirável e surpreendentemente simples do Evangelho - através de Cristo podemos reconciliar-nos com Deus, com o nosso próximo e com o mundo em que vivemos. Conheceremos então, por experiência própria, o significado profundo das palavras de Jesus: “Vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10:10).